27 outubro 2008

Desejos

Gostaria de dizer que acredito nessas eleições. Aliás, não é que não acredite no pleito em si, não acredito é nos resultados, ou que elas venham a resultar em algo bom. Todos defendem que essa é a maneira de melhorarmos o país, escolhendo os melhores e aprimorando o processo paulatinamente e blá, blá, blá...

Essa coisa de acreditar no futuro, ou de que um dia seremos "o país do futuro", anda meio que desacreditada, senão entre todos - porque não entendo esses índices de aprovação do governo - ao menos entre o grupo mais politizado do país. É pretender demais que nossos analfabetos, ou nossos analfabetos funcionais entendam nosso processo eleitoral.

No país não há uma correlação lógica entre o voto e a realidade. As urnas não espelham a realidade que todos vivenciam no seu dia-a-dia. Não há saúde, não há segurança, não há educação, não há transportes, não há empregos, não há renda, mas na hora de votar - ou de se reponder a uma pesquisa de opinião - todos aprovam governos que não oferecem nada.

Muitos escolhem seus candidatos porque são "simpáticos", ou "bonitos", ou porque se parecem com "a gente simples do povo". Muitos escolhem baseados nas promessas, ou porque vão arrumar algum "carguinho" se fulano ou beltrana forem eleitos. Outros porque ganharam uns trocados para trabalharem de cabos eleitorais.

As motivações são variadas, mas raramente se baseiam numa convicção ideológica, ou na aprovação de um projeto de governo, ou mesmo no currículo do candidato. Muito se fala que isso só se aprende com o tempo. Somos realmente um país do futuro. Mas de um futuro bem distante... 

11 junho 2008

Poderia ser diferente?

O presidente dos Estados Unidos da América do Norte, George W. Bush, afirmou que considera que a sua decisão de começar uma guerra contra o Iraque foi acertada. Alguém esperava que ele dissesse algo diferente? Seria lógico se esperar que ele admitisse o erro na sua decisão - que, efetivamente, estava errada?

Ninguém começa uma guerra desastrosa como essa - se é que existe alguma outra que não seja! - para depois admitir que estava errado na medida. Eu diria mais, diria que Bush é incompetente para julgar a sua decisão, ou que não cabe a ele se pronunciar sobre o acerto ou erro na decisão de intervir num país livre e soberano com argumentos que posteriormente foram reconhecidamente julgados falsos.

Bush é leniente consigo mesmo, sua auto-absolvição não tem valor, ou não faz sentido. Lamento dizer ao poderoso senhor presidente da América do Norte que ele errou. Errou moralmente, errou estrategicamente e errou legalmente ao intervir num país livre e soberano, procurando no lugar errado o culpado pelos ataques de 11 de setembro.

O povo americano, seduzido pelo desejo de vingança, aceitou uma decisão estúpida do seu líder não menos. Lamenta-se na América a morte de quatro mil soldados, esquecendo-se que essa mesma guerra custou a vida de centenas de milhares de civis iraquianos inocentes. A história costuma inocentar os poderosos, mas eu não posso concordar com a tese de que os fins julstificam os meios: a humanidade já esqueceu das bombas atômicas sobre Hiroxima e Nagasaki?

26 maio 2008

Pedaço de uma idéia

Ouvi um pedaço de notícia: Obama discursava afirmando que a Amazônia não pertence aos brasileiros, mas ao mundo. Internacionalização da amazônia, alguma idéia nova?, ou é maluquice de quem levanta essas teses conspiratórias? Não sei, foi o Barack quem disse.

Duas opiniões: 1. Nós merecemos esse tipo de coisa pelo descaso com que estamos tratando a nossa floresta. Não? Que tal conferir essas duas frases de Blairo Maggi, governador do Mato Grosso e, segundo dizem, um dos maiores responsáveis pela saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente:. “Esse negócio de floresta não tem o menor futuro” ou "Quer seja em Mato Grosso, São Paulo ou Rio Grande do Sul, não se faz agricultura ou pecuária sem retirar a floresta. Essa é a grande verdade".

A segunda opinião: O primeiro mundo desmatou, consome e produz sem preocupações ambientais, e depois quer nos cobrar um procedimento ecologicamente correto. A minha opinião? As duas teses são verdadeiras. Não temos o direito de aprofundar os danos ambientais, afinal estamos todos embarcados nessa mesma nave terra; e o primeiro mundo deve nos pagar um valor justo pela preservação da floresta.

Não estou falando nesses créditos de carbono, o valor justo é igual ao valor que seria obtido pela devastação e exploração comercial da área coberta pela floresta. Valor da produção agrícola, valor da produção mineral, quanto? Não sei, mas certamente muito maior do que o primeiro mundo está pretendendo pagar!

Querem preservar? Paguem!

23 janeiro 2008

Mudar

Algums cosas mudam, até as pedras que, ao rolarem, modificam as suas formas. Eu tenho mudado, e acredito que para melhor, ao aceitar algumas realidades. Uma das coisas em que mudei foi em aceita que o Brasil está entre as coisas que não mudam, que nunca vão mudar.

Querer mudar o Brasil é tarefa impossível, quinhentos anos de forja nos trouxeram até aqui do jeito que somos, não creio que mais cinquenta, ou mesmo que outros quinhentos, nos façam diferentes do que somos.

Diz o conhecido ditado que isso é questão de sabedoria, reconhecer o imutável. Pode ser. Somos o que somos, e sempre seremos: um país de imensos contrastes - humanos e geográficos.


21 maio 2007

Negócios da china

De todas coisas em que o nosso governo é incompetente - administrar é a principal delas - em uma ele consegue ser eficiente: "manipular as informações que atestam essa sua incompetência. Com notável eficiência eles conseguem, tal como faria um rei Midas, transformar o festival de besteiras que protagonizam em "medidas acertadas".

O caso da Petrobrás com o governo do índio cocalero Evo Morales é um exemplo bem acabado disso. No início de seu governo, a Bolívia teve perdoada por gesto caridoso - com o chapéu alheio! - de Lula da Silva, uma divida de 70 milhões de dólares. Recebeu como agradecimento a invasão militar das refinarias da Petrobrás em solo boliviano, numa afronta ao direito internacional e ao próprio Brasil.

Da Silva respondeu que era um "direito" do povo boliviano resguardar seu próprio petróleo - um bom defensor do direito alheio, embora eu ache que deveria, por função, defender o nosso. No decorrer do imbróglio, o índio cocalero disse que iria expropriar as refinarias, e depois que iria pagar tão somente 70 milhões de dólares por elas.

Resumindo a ópera: acabou pagando os 70 milhões que disse que iria pagar, e o resto - que dizem ser outros 70 milhões - deve pagar como faria alguém que compra o bananal e paga a dívida com bananas. Da Silva disse que foi um "bom negócio". Eu sei, só faltou dizer que foi bom só para a Bolívia.

Esses são os metalúrgicos competentes em tudo. Inclusive em política internacional.

16 maio 2007

Maioridade Penal

A maioridade penal é aquela em que o ofensor tinha conhecimento, quando do cometimento do delito, que seu comportamento era contra a lei e passível de punição. Em outras palavras, o delinqüente era responsável pelo seus atos.

E qual é essa maioridade penal? Pois é, ela não existe, ao menos como um valor absoluto, como uma idade cronológica x ou y. Alguém de 40 anos pode não ser plenamente responsável pelos seus atos; contrário senso, alguém de 12 pode ter plena capacidade de avaliar os seus atos.

Por esse motivo é que não resolvem esses projetos que pretendem diminuir a maioridade penal. Deixem como está, como a norma já preconiza, maioridade penal aos 18 anos, como regra geral. Em cada caso o magistrado poderia requerer uma perícia independente para atestar se o réu tinha capacidade, se era responsável pelos seus atos.

De acordo com esse parecer pericial, o juiz decidiria se o réu iria responder pelo crime, não importando a sua idade cronológica, mas a sua acuidade e a sua maturidade mental. Simples assim.

26 abril 2007

Segurança

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou o projeto de reforma constitucional que reduz a maioridade penal para 16 anos. Se a aprovação da medida vai acabar com a violência no país? Não.

Para acabar com a violência.
1. A justiça tem que ser realmente cega, ou seja, tem que ser igual para todos e não como é na atualidade, cheia de "foros privilegiados";
2. Há que ser recuperado o respeito pela autoridade - pela modificação na lei e da própria autoridade que tem que se fazer respeitar pela atitude correta;
3. O crime não pode compensar;
4. Há que se desvincular os problemas sociais dos problemas criminais;
5. Para os muito preocupados com os direitos dos assassinos, há que se ter a mesma preocupação com o direito das vítimas.

14 abril 2007

Os pássaros e o tempo

Existe um comercial que fala sobre a formação em vôo dos pássaros que migram, que se alternam na liderança, a partir disso o anúncio tenta vender o serviço de uma empresa de telefonia celular. Li uma polêmica sobre erros na formação do vôo das aves, ou na forma com que desenvolvem o seu vôo migratório.

Dizem os experts que as afirmativas da peça publicitária contrariam as leis da natureza, que as assertivas são falsas. Penso. Logo acho que esse pessoal tem muito tempo. Primeiro porque o anúncio não conseguiu me atingir a esse ponto, ou ao ponto de analisar a matéria com essa profundidade.

Penso. Logo acho que esse pessoal da publicidade não está muito preocupado com leis da natureza, ou leis da ornitologia, querem é vender o seu peixe - pedindo desculpas pela inclusão de outro reino animal no assunto - caso específico em que conseguiram, se esse pessoal está perdendo todo esse tempo com um comercial.

Penso que pensar muito sobre isso é perder tempo...

02 fevereiro 2007

O Estado Pai

Estamos vivendo em plena era do estado pai, paternalista. Tudo não se obra, não se faz por culpa do estado. O agricultor não planta, o citadino não reside, não trabalha, não estuda, por culpa do estado. O estado, em oposição ao estado mínimo preconizado pelas escolas liberais, deve ser o pai de todos, aquele sem o qual nada se cria, anda e se desenvolve.

Lembro do famoso discurso de John F. Kennedy de 1961: "Não pergunte o que o país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo país". Pelo que temos visto no cenário, aguardar por algum tipo de programa assistencialista... Ah! É bom lembrar que os estados paternalistas combinam com "coronés", "painhos", "messias" e "salvadores da pátria", ou seja, nada vem por acaso...

13 novembro 2006

Tese de batalha

Tenho insistido nessa tese, ela está virando uma das minhas teses de luta. É preciso demonstrar um pingo que seja de honestidade intelectual. Não é possível ficar defendendo utopias irrealizáveis; ou defendendo teses que vão contra todos as inclinações humanas; ou ainda, que partam da idealização de um homem que não existe.

Como eu escrevi há alguns posts atrás, o paraíso idealizado no édem já passou, não há como voltar o tempo aos tempo do genesis. Dizem: porque se o homem for solidário - não é, parem por aí, a tese que utiliza essa premissa já não tem mais condições de evoluir, está definitivamente comprometida. Dizem: porque o ideal é que todos dividam - não há a defesa desse ideal no homem, o homem é naturalmente ganancioso, sabem qual o único meio de atingir essa igualdade? Tornem o homem um vassalo, um escravo do estado, retirem a sua liberdade. Já foi tentado e não deu certo.

Por isso há que se ter alguma honestidade intelectual quando se propugna esse tipo de solução. Outra coisa importante é não propor solução para os outros, para a massa. É muito fácil permanecer na "elite do partido, com as benécies de dirigentes do partido, e legislarem para as massas". Façam o seguinte: legislem para si próprios, se coloquem na massa, não como beneficiários do regime.

Não acreditam no que escrevo? Então voces não conheceram o funcionamento corrupto do partido na ex-União Soviética, ou na China, ou em Cuba.